Aproveitando
algumas colocações dos amigos Antônio Saracura (Escritor sergipano) e Valter
Ferreira (Palmarense, Prof. de História), vou fazer alguns comentários sobre
essa coisa de escrever.
Vem
a pergunta: qual a essência do escrito? Tudo começa de uma ideia. “De
onde ela vem”? Eclode conduzida pelo “poder da criação”. Existe o canal, a
forma e o conteúdo: três coisas inseparáveis para que o pensamento se
concretize fisicamente e possa chegar ao público, e, então, ocorre a
multiplicidade, e nós, autores, não somos mais donos da obra. Para escrever, não
há segredo nem fórmula: tudo vem do conhecimento e da mente do homem (quanto
mais conhecimento e mais inteligência, maior a possibilidade de uma mensagem “eficaz”).
O
cerne do texto não é a correção gramatical. O importante é aquilo que o escrito
diz. E não se deve esquecer de que existe o código, a mensagem, o emissor e o
receptor. Quem trabalha com as letras deve-se preocupar com a perfeição e com o
detalhe (fatores da Arte). Como diria Fernando Sabino: “Não há nada mais
aliviante do que já ter escrito.”
Vejamos:
código, canal, mensagem, emissor, receptor, forma e conteúdo. Partindo do
entendimento de que o escritor não escreve só para ele mesmo, esse artífice
passa a ser uma referência, por isso é fundamental não “errar”, gramaticalmente
falando, porque alguém se vai guiar pelo escritor. Nesse caso, até a ortografia
é importante. No entanto, a grande questão do escrever se chama coerência: diz respeito à lógica de sentido
do texto. Vou citar uma pequena questão regencial: “Amigo, ela arrasou contido”.
Veja, se ela arrasou o amigo, deve ser dito de outra maneira: “Amigo, ela te
arrasou.”; ou “Amigo, ela arrasou você.” Se dissermos arrasou “contigo” ou “com
você”, tecnicamente, estamos dizendo que fizeram o arraso juntos.
Se
alguém está tecnicamente preparado em relação à Língua Portuguesa, vai refletir
uma melhor mensagem e um aperfeiçoamento da forma em alguns sentidos, há, então, a possibilidade de bons conteúdos.
Existem ainda duas coisas fundamentais: o escritor ser pronto, saber o que escreve; a outra é o leitor está preparado para
conhecer o escrito em "toda" sua possibilidade. Nisso tudo, não podemos esquecer
que o importante é fazer. Sucesso, apenas uma consequência. A criação, inexplicável.
A perfeição, a infinita busca. O que era desconhecido pode ser um encanto
inesquecível provocado pelo que você foi capaz de dizer.
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