Revisão de texto Coerência e coesão Escrever: técnica e arte

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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Escrever e Língua Portuguesa


Aproveitando algumas colocações dos amigos Antônio Saracura (Escritor sergipano) e Valter Ferreira (Palmarense, Prof. de História), vou fazer alguns comentários sobre essa coisa de escrever.

Vem a pergunta: qual a essência do escrito? Tudo começa de uma ideia. “De onde ela vem”? Eclode conduzida pelo “poder da criação”. Existe o canal, a forma e o conteúdo: três coisas inseparáveis para que o pensamento se concretize fisicamente e possa chegar ao público, e, então, ocorre a multiplicidade, e nós, autores, não somos mais donos da obra. Para escrever, não há segredo nem fórmula: tudo vem do conhecimento e da mente do homem (quanto mais conhecimento e mais inteligência, maior a possibilidade de uma mensagem “eficaz”).

O cerne do texto não é a correção gramatical. O importante é aquilo que o escrito diz. E não se deve esquecer de que existe o código, a mensagem, o emissor e o receptor. Quem trabalha com as letras deve-se preocupar com a perfeição e com o detalhe (fatores da Arte). Como diria Fernando Sabino: “Não há nada mais aliviante do que já ter escrito.”

Vejamos: código, canal, mensagem, emissor, receptor, forma e conteúdo. Partindo do entendimento de que o escritor não escreve só para ele mesmo, esse artífice passa a ser uma referência, por isso é fundamental não “errar”, gramaticalmente falando, porque alguém se vai guiar pelo escritor. Nesse caso, até a ortografia é importante. No entanto, a grande questão do escrever se chama coerência: diz respeito à lógica de sentido do texto. Vou citar uma pequena questão regencial: “Amigo, ela arrasou contido”. Veja, se ela arrasou o amigo, deve ser dito de outra maneira: “Amigo, ela te arrasou.”; ou “Amigo, ela arrasou você.” Se dissermos arrasou “contigo” ou “com você”, tecnicamente, estamos dizendo que fizeram o arraso juntos.

Se alguém está tecnicamente preparado em relação à Língua Portuguesa, vai refletir uma melhor mensagem e um aperfeiçoamento da forma em alguns sentidos, há, então, a possibilidade de bons conteúdos.

Existem ainda duas coisas fundamentais: o escritor ser pronto, saber o que escreve; a outra é o leitor está preparado para conhecer o escrito em "toda" sua possibilidade. Nisso tudo, não podemos esquecer que o importante é fazer. Sucesso, apenas uma consequência. A criação, inexplicável. A perfeição, a infinita busca. O que era desconhecido pode ser um encanto inesquecível provocado pelo que você foi capaz de dizer.

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