Revisão de texto Coerência e coesão Escrever: técnica e arte

Revisão de texto Coerência e coesão Escrever: técnica e arte
Livro imprescindível aos(às) profissionais do texto: escritor(a), revisor(a), professor(a), jornalista, jurista...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Foi no Bonde de Santa Teresa, como podia ser numa boutique em Copacabana

Aconteceu, no último sábado (27), à tarde, com quem estava no Bonde de Santa Teresa (Rio de Janeiro) uma tragédia. Peritos ainda investigam as causas, e 5 vidas se foram, além de muitos feridos.
O Brasil é mesmo um país de contrastes: multiplicidade cultural, má distribuição de renda... Esta frase do título, para quem não sabe, é de uma música de Geraldo Azevedo (Menina do Lido). Que ironia: o Bonde de Santa Teresa é poesia, composição musical de qualidade. A contradição vem do descaso. Estamos em franco desenvolvimento, realizou-se um Panamericano, vão realizar uma copa do mundo de futebol (esta abrange também outros Estados) e uma olímpiada no Rio de Janeiro, e não se consegue fazer a manutenção de um  "bonde" (um  dos símbolos das tradições da Cidade Maravilhosa). Somos, dizem alguns mais arrojados, a quinta economia do mundo, mas falta médicos, medicamentos, equipamentos e hospitais. Aquele que precisa da saúde pública (em muitas localidades do Brasil) está ao Deus dará, e a educação ainda falta muito para atingir a evolução necessária. 
Uma simples manutenção, e tragédias serão evitadas, uma simples instrumentalização em aparelhamento, estrutura e recursos humanos, muitas vidas serão salvas. Simples! "Menina eu te conheço não sei de onde? (...) Será que foi no Bonde de Santa Teresa, como podia ser..." Acontece em vários cantos deste País!
Adoro o futebol e os esportes!... Não se consegue fazer o simples no Brasil, mas se quer mostrar ao mundo a suntuosa capacidade às custas dos cofres públicos, quando ainda não se  permite garantir ao brasileiro os Direitos Sociais normatizados na Constituição Federal.
               João Lover

sábado, 27 de agosto de 2011

O lugar de amar

Um espaço, um tempo, o alcance.
Viver o lance alucinante,
onde a bela insinuante expõe-se a cintilar
trazendo de si toda beleza.


Um magnetismo frenético em nossa volta,
e a vazão louca nos comporta
a revolução de dois corpos.


Bebo o copo do prazer 
na sede de duas bocas e,
sem medida pouca, nesse prazer me afogo.


Jogo o jogo perdido no viajar desconhecido,
bem-vindo das fontes: pérola mares e montes,
curvas da emoção; descontrolado o coração.


E o momento se faz eterno,
todo calor do inverno,
no amor ardente, nosso fogo,
e a respiração: um sufoco,
em apetite voraz, a sensação impossível,
o delírio que pede mais,
um lado torna-se audaz, e o outro, invencível...
         João Lover

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Santos 4 x 5 Flamengo: um jogo para a História (27/07/2011) – Campeonato Brasileiro

O futebol apaixona e é comparável à vida: o sonho é o gol e a vitória; o gramado leva a tônica da esperança (o campo de batalha); os times são o sal, o açúcar e o colorido; e a bola, o instrumento de escrever a Poesia, aproveitando-se o tempo e o espaço.

Afirmo, sem dúvida, provido de incontestáveis argumentos (seria extenso relatar agora), estavam, em campo, depois de Pelé e Zico, os dois maiores talentos de todo o futebol: Ronaldinho e Neymar. É óbvio que a obra de Neymar ainda é pequena, mas é inegável o seu potencial: aposto as minhas fichas e faço minha profecia!

Observe que os craques são decisivos... Vamos ao jogo: 1° gol, um lançamento de Elano, Borges domina num só toque, toma o espaço (entrada da grande-área) e toca no canto esquerdo. O 2° gol: Renato erra um passe lateral, da esquerda pro meio (intermediária), interceptado na circunferência do grande-círculo, a bola cai nos pés de Ganso, que enfia para Neymar, este tenta encobrir o goleiro Felipe, que consegue desviar, mas Neymar faz acrobacias e toca, do bico da pequena-área, para Borges, que marca o gol (meta escancarada). O terceiro gol: Neymar sai da lateral esquerda (intermediária) passa no meio de dois adversários, tabela com Borges, recebe no meio de três adversários, investe verticalmente para cima do Zagueiro Angelin, puxa com a direita e com a perna esquerda dá o drible da vaca e toca na saída do goleiro e no meio de dois defensores, atrasados para fazer a cobertura (UMA PINTURA).

O jogo parecia estar decidido... Não existe vitória antecipada! No futebol moderno, não há lugar para vacilo, principalmente, se o time adversário tem Ronaldinho, que estava, tal qual Neymar, inspirado e levou a melhor.

1° gol do Flamengo: cruzamento rasteiro da direita, falham o goleiro e o zagueiro, na linha da pequena-área, Ronaldinho marca. O 2° gol: Léo Moura faz um cruzamento preciso da direita e Tiago Neves marca de cabeça, da linha da pequena-área. O 3° gol: Ronaldindo bate o escanteio do lado esquerdo do seu ataque, e Deivid raspa de cabeça, perto do bico da pequena-área (primeiro pau), a bola passa no ângulo direito do goleiro. Castigo pelo pênalti lastimável que Elano bateu (cavadinha) e perdeu, poderia ter sido o 4° gol do Santos.

O 4° gol do Santos: Neymar recebe uma bola (pela meia esquerda, entrada da grande-área) enfiada por Léo e toma a frente do marcador em velocidade, toca por cima, na saída do goleiro.

O 4° gol do Flamengo: Ibson perde a bola na intermediária direita de sua defesa (Willians a rouba), ela cai nos pés de Ronaldinho, no meio de três, sofre falta na entrada da área. Na cobrança, a barreira pula, e Ronaldinho toca por baixo dela no canto esquerdo. O 5° gol: Ganso amarra a bola, um pouco além do meio-campo (meia-esquerda), cercado por dois jogadores adversários, perde a bola, o Santos sofre o contra-ataque, a pelota cai nos pés de Tiago Neves perto da entrada da área do lado esquerdo do ataque, Tiago Neves espera Ronaldinho fazer a ultrapassagem e faz a assistência no tempo certo, e Ronaldinho recebe e toca no canto esquerdo do goleiro.

Lição, principalmente, para o Santos: mire-se no exemplo do Barcelona – posse de bola, passes certos, habilidade pra atacar, máximo empenho de todos na hora de defender, fechar os espaços e recuperar a posse de bola imediatamente, ocupar os espaços vazios o tempo todo, “correr o tempo todo”, não vacilar nem subestimar adversários. Isso serve para qualquer time.

A intermediária não é lugar pra demorar com a bola, a não ser que se parta em arrancada, coisa assim muito rara... Que ironia! O Técnico Murici diz que “a bola pune”... Tomar a virada depois de, ainda no primeiro tempo, fazer 3 a 0...

Foi um show de Neymar e outro de Ronaldinho. O Flamengo levou mais sorte, observando-se mais falhas do Santos, além do pênalti perdido, mas isso não tira o brilho da vitória do Flamengo (foi um excepcional jogo). E que os ventos continuem a soprar desse jeito, e Ronaldinho, um dos Poetas da bola (o maior dos contemporâneos), permaneça assim inspirado. Precisamos dele em 2014, e, é claro, de Neymar, o mais novo Poeta da bola.

                            João Lover

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O chiclete

Assim como o chiclete
num banho de saliva,
nessa boca lasciva
já língua penetre...


E assim deslizando
por todos os cantos,
incitado e incitando
os eróticos pontos.


Do teu corpo sentindo
uma febre em alarme
e a quente umidade
das entranhas surgindo.


E não podemos parar,
o prazer já invade...
é a hora e o lugar
de matar a vontade...
      João Lover

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O jogo de xadrez

Quando aprendo com você,
vou-me aliviando.
Quando ensino a você,
o prazer vai-me levando.


O coração me diz:
a emoção é o prêmio presente,
e quem o amor não sente
nunca será feliz.


A escrita em nossos lábios
é tão fácil de enganar.
E um agir que nos persegue,
como no xadrez um xeque,
ainda vai-nos derrubar.
     João Lover

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Universo do amor

Seus movimentos descontraídos
vêm, pelos ares, perdidos
em suas formas eleitas,
faz delirar passeando,
sensualidade bailando,
harmonia perfeita.

Banhar-se num lago prateado,
num dia ensolarado,
o corpo e o calor,
confundir-se o molhado,
o cabelo molhado,
o corpo molhado...
na relva fazer amor.

O prazer, o seu mel,
uma loucura do céu,
um êxtase, o fogaréu,
consome-se nosso amor.
Sinto o olhar misterioso,
"ingenuamente" mimoso,
malicioso sutil
e a metamorfose do gozo
(Big-Bang volumoso),
na cena expôe-se o perfil.

Você é isso... delicioso feitiço,
universo impenetrável,
equilíbrio instável,
vertente do amor que derrama
fazendo a quem te ama
tornar-se ilimitado...
     João Lover

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Verbos pro Meu Filho

Para ele um dia se lembrar...
sei que não devo esquecer.
Como eu gostara de brincar,
do mesmo modo vai fazer.


Sinto no brilho do seu olhar
um quê de sempre me dizer...
mesmo sem me avisar,
sei que não posso O perder.


Ainda sem me esforçar,
Ele tão perto posso ter.
Se me convida pra brincar,
tá insistindo em me querer.


Sou um cosmo a sonhar,
nada vai me arrefecer!
O seu sorriso, o seu olhar
é minha força pra viver.


Ele um dia vai crescer,
da brincadeira relembrar...
eu já velhinho, vai dizer:
"Papai! Eu quero te abraçar".
        João Lover

domingo, 7 de agosto de 2011

Dica da Língua Portuguesa: vícios de linguagem

Vícios de linguagem:

– ‘Tu vai’ ou ‘Tu vais’?
– ‘Isso é para mim fazer’ ou ‘Isso é para eu fazer’?

Quais das opções acima estão gramaticalmente corretas?

Nós temos alguns vícios de linguagem. Isso ocorre por conta do dinamismo linguístico. Veja um “erro” gramatical comum – a moça pergunta à outra colega: “Tu vai ao clube hoje?”. Instintivamente, usa-se o pronome tu em vez de você. Temos de lembrar que o pronome você (pronome pessoal de tratamento) faz o verbo flexionar-se em 3ª pessoa do singular; mas, se usarmos o pronome tu, no modo e tempo verbal do exemplo acima, diremos “Tu vais ao clube hoje?”. E podemos dizer ainda “Você vai ao clube hoje?”. É simples, basta ter cuidado.

Vamos à questão seguinte – quando eu digo: “Isso é para mim fazer”, até parece que eu ainda não estou feito. Lembrando: meu pai e minha mãe se juntaram para me fazer. Nesse caso, está de acordo com a regra gramatical. Observe que é ... se juntaram para me, e não mim fazer (o pronome é átono – me). Então, conforme a norma culta, diga: “Isso é para eu fazer.” Tecnicamente, estamos diante do verbo (fazer) no infinitivo pessoal, cujo sujeito é o pronome eu. Portanto, a moça pode dizer: “O rapaz tentou-me convencer”; mas, se ela tiver de convencê-lo, de acordo com as prescrições gramaticais, não pode dizer: “É para mim convencer o rapaz”. O correto: “É para eu convencer o rapaz ou “É para eu convencê-lo.
 
                  

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Força (Movimento Estudantil)

A nossa força concentrada
é uma explosão atômica
em um orgasmo de lágrimas.

Muitas vezes sem glória,
ou sem entrar para a História...

Mas... sangue, suor e dor,
nossa união, nosso amor
e as emoções da memória
traduzem a imensidão do valor
da nossa grande VITÓRIA!
      João Lover (1998)