Admiro a jornalista
Renata Vasconcellos pela segurança e pela dicção perfeita. Sem dúvida, ela é símbolo de competência, sobra em qualidade, por isso é âncora do jornal de maior audiência do país: o JN, da Globo.
E você me pergunta: e o
“engasgo”? Aonde quero chegar? Quero chegar ao RITMO e a EUFONIA do discurso (ou
da fala). O fato: a jornalista iniciou a manchete: “O teste que diagnost...
Epa!...” Depois, consegue (imediatamente) concluir: “O TESTE QUE DIAGNOSTICA O ALZHEIMER EM MEIA
HORA”
Esse lapso
de apresentação NÃO foi culpa de Renata! Vamos condenar severamente quem escreveu
a manchete. Ela tomou um susto, ou seja, como alguém
pode fazer uma redação tão TRAVADA (desagradável a qualquer ouvido).
Ritmo e eufonia são ganhos de tempo e massagem pros ouvidos. Valem algumas
explicações entoacionais, fonológicas e melódicas: 1. Colisões de /tt/ e de /mm/ já são dois defeitos; 2. Vamos aos
freios (/k/ /g/, /n ɔ s/, /k/ /e͂y/
e
/rr/). Lembremos a manchete, vou destacar os grafemas: “O teste que diagnostica o alzheimer em meia hora”. Não há
suportador de trava-línguas que resista. Além disso, observamos a prosopopeia desnecessária:
teste não diagnostica nada, apenas, depois do teste, é apresentado o resultado
que chamam diagnóstico.
Essa manchete é um absurdo. E Renata Vasconcellos é simplesmente demais.
Para o redator/editor,
seja lá quem for, estou com raiva dele, deixo uma sugestão de manchete, ou
melhor, de cortada: O diagnóstico do alzheimer
em meia hora.
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