1º – Fui a Salvador e assisti ao jogo Espanha 1 x 5
Holanda. Uma tristeza, porque, junto com meu filho, vi um dos grandes gênios da
bola: Iniesta perder o jogo. Queria muito ter o privilégio de ver esse jogador
atuar... O placar não representa o que foi o jogo... No cômputo geral, Iniesta
não decepcionou, apesar de tudo, nessa Copa, ainda distribuiu alguns passes
magistrais (assistências) e jogou com a habilidade e a inteligência de sempre.
2º – Apresenta-se, ao mundo, mais um craque de bola: o
colombiano James Rodrigues, que fez dois dos gols mais bonitos da Copa e é o
artilheiro, fez 6 gols (chuteira de ouro). Considero o gol que ele fez contra o
Japão o mais bonito de todos dessa Copa: o camisa 10 colombiano recebe a bola,
na entrada da grande-área (perto do bico, pela esquerda)), já dentro, chega um
defensor japonês, James corta com perna esquerda para o lado de dentro e,
quando o defensor se move, ele corta com a perna esquerda pra fora, e o
defensor leva uma queda; nesse momento, aproxima-se o goleiro, que é vencido
com um leve toque: a bola passa por cima dele e morre dentro da meta, golaço.
Esse gol faz lembrar Pelé, Garrincha, Joãozinho do Cruzeiro, Reinaldo do
Atlético Mineiro, Paulo César Caju... Num gol como esse, surgem o talento e
magia genial do improviso: o mérito é todo do atacante, que conduz a jogada a
seu modo (nessa hora o futebol é poesia). Não há falha, nem do defensor, nem do
goleiro, não havia nada que eles pudessem fazer diante da perfeição do
improviso. James, simplesmente, fez o japonês acreditar que ele iria para o
centro da área, mas o camisa 10 encontra o espaço com novo corte para o lado, e
existe tempo suficiente para encobrir o goleiro e espaço para que bola passe e adormeça
na rede: isso é Futebol Arte.
João Lover
Amanhã, o número 2.
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