A pantera, com
fome, saliva...
Megatônica ogiva
no peito,
rarefeito o ar,
aceleração cardíaca,
arrepios de fogo
devastando...
E o olhar
rutilante denuncia a volúpia.
Sem pudor nem
culpa, sensual movimento.
A carne no
dente... o beijo torra...
E o molhado
esborra no cio selvagem.
A ousadia máxima
sem hesitar,
bote sem erro,
estraçalhar delirante.
Na sagrada
perdição da gula,
o bramar felino
pulula intenso,
tudo é liberdade
e sigilo...
Pra que razão e
consciência?
O sentir é o
comando supremo
na emoção
fremente do gozo.
E o sorriso, em
alvoroço,
imagina uma
tradução do prazer.
E não se quer
dizer o segredo...
Êxtase: nem
leveza, nem peso,
nem pensar no porquê...
João
Lover
22/08/2018