Revisão de texto Coerência e coesão Escrever: técnica e arte

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sábado, 28 de abril de 2012

A Menina do Sertão

Macambira, xiquexique, catolé,
incerteza embaixo do pé,
vegetais de grande valor,
amenizadores da fome-dor
no Sertão faminto,
e, nos meninos, eu sinto,
não há prazer no calor.


O solo talhado, secado,
barriga vazia no tempo,
nada que ter cuidado,
no olhar pro céu, o lamento.


Destinação de um povo
sem onde pedir socorro,
um castigo sem volta,
uma guilhotina que corta.
uma peste de cachorro.


Sertanejo diz eu não corro,
no seu sofrer sedentário,
um sentimento contrário
sob as marcas desse jogo.


E, aquele olhar manso
não marca nenhum descanso,
é desconsolo e miséria.
Se a seca tira umas férias,
pode servir de acalanto...


Lamentável é o pranto,
e ninguém dá um jeito,
governos, políticos eleitos
posam solenes na mídia,
tentando esconder perfídias
que fazem pela nação.
Há projetos sem solução
e doação de comida,
dentro de nós uma intriga,
somente ilusão pro Sertão.
  João Lover (1998)

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