Revisão de texto Coerência e coesão Escrever: técnica e arte

Revisão de texto Coerência e coesão Escrever: técnica e arte
Livro imprescindível aos(às) profissionais do texto: escritor(a), revisor(a), professor(a), jornalista, jurista...

sábado, 29 de dezembro de 2012

Esperança para 2013: lindo comercial

Na televisão, a propaganda de determinado Banco nos chama a atenção: lembra a esperança para 2013, usando um poema de Mário Quintana. Vamos ao texto:


“Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...”

O texto do comercial omite algumas palavras, o que não tira a essência. Que maravilha, essa propaganda nos lembrar desse sentimento o qual não podemos perder! Somente para os que não conseguiram sentir a poesia vou apresentar uma possível tradução, não esquecendo que as possibilidades do texto são infinitas. Então, vamos lá:
Lá do décimo segundo andar do ano: a esperança sempre pode alcançar o lugar mais alto;
Uma louca chamada Esperança: ela é o delírio que não se pode deixar de sentir: é combustível da vida junto com o sonho. Observa-se que está escrita com letra maiúscula: é própria, pertinente em cada ser.
Ela pensa quando todas as sirenas, buzinas... tocarem / Atira-se / E / — ó delicioso vôo!: no ápice do festejo da vibração, no prazer, ou na saudade, pode atirar-se sem medo numa espontânea e intrínseca liberdade.
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada: mesmo depois de uma sinistra queda, por mais que bata num solo duro, frio, insensível, estará ilesa, como blindada, forte, invencível numa proteção Divina.
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha dos olhos verdes?
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...: por mais perguntas e dúvidas que haja, a esperança é menina, é uma Luz brilhante em verde (mostra sua cor, mesmo numa solidão), como um olhar de criança no mais verdadeiro do espelho da alma.
Como o Poeta diz, não podemos esquecer: agir e caminhar na Luz da ESPERANÇA. E o único caminho em que tudo pode dar certo é o do bem. Imagino que assim pensou o Poeta.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Feliz Natal!

PALAVRAS DE NATAL

O Natal está em nós
como sóis infinitos,
e ecoa aquele grito
de agir pelo sonho.

Suponho um sorriso
escravo da liberdade,
a vontade e o prazer
de no outro senti-lo.

No melhor estilo,
o calor do abraço,
um estreito laço:
melhor aconchego.

Vibra em chamego
o corpo em emoção:
uma tradução
dum pedaço vida.

Assim é que se faz
em busca do sentido,
toda Luz e bramido
no silêncio da Paz...
  João Lover (21/12/12)


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Dica da Língua Portuguesa nº 11: Sobre o Corinthians. Salve! Nação!


Nesse caso, refiro-me à manchete que circulou na rede de televisão Bandeirantes, no domingo, dia 16, no qual o Corinthians sagrou-se Campeão Mundial Interclubes. Vejamos a manchete: SALVE A NAÇÃO!

É claro que podemos entender, mas existe um equívoco técnico: quando dizemos “SALVE A NAÇÃO”, falamos usando o modo verbal imperativo. Nesse caso, pede-se que alguém salve a Nação. Há sujeito implícito (VOCÊ), no entanto, a Nação não precisa ser salva, a Nação Corinthiana está em festa. Do modo como está escrito, “A NAÇÃO” é objeto da ação verbal (objeto direto). “NAÇÃO” é pra ser o vocativo, uma vez que recebe uma saudação!

A manchete deveria ser simplesmente: Salve! Nação!; ou Salve, Nação!; e ainda poderia ser: Salve! Nação Corinthiana!

Vamos lembrar o Hino Nacional:

“Ó PÁTRIA AMADA,
IDOLATRADA,
SALVE! SALVE!”

   

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A igualdade

Para um homem poderoso, existe um mais poderoso;
para todo homem forte, há um mais forte;
para um de muito dinheiro, há um que tem mais dinheiro.
Como diz a música: "Assim caminha a humanidade."
Neste curto passeio: a vida, parece que,
se não houver disputa, tudo não faz sentido.
E onde está o sentido?
Vamos trocar o sentido pela motivação...
Só há uma coisa, mais poderosa, mais forte,
mais rica, o sentimento livre como um sorriso de criança,
sem guerra, sem vaidade, sem ser melhor nem pior,
possuir a PAZ de sentir o que é amar:
essa igualdade que a humanidade não quer.
  João Lover 13/12/2012. 

sábado, 10 de novembro de 2012

Definindo a saudade

Saudade "preenche" um vazio
impossível de uma felicidade
ainda viva dentro da gente.

Com ou sem esperança,
é sonho que ora não se alcança,
e a necessidade é urgente.

Perpetuando-se, na mente,
o afã do amor, refletindo a dor
que todo desejo concentre.

Mas... Para definir saudade,
morre toda verdade
no coração de quem sente...
  João Lover (2002) 

sábado, 27 de outubro de 2012

Poema para o "Bau"

Penso que seja legal
fazer o terno poema
para o amigo Bau.

Ele é o símbolo ideal
de toda e mais animal
candura já encontrada
nessa difícil estrada
tão assim turbulenta.

Insiste resiste o poema,
inspirado nessa Figura,
que não pensa em usura
ou não sabe da usura...
e não age com a maldade.
Vive numa santidade
no inferno aqui da Terra
e nunca se desespera:
tem a Paz da ingenuidade.

Seu olhar é a verdade,
possui uma felicidade
bem difícil de entender.
Ele não sabe ler,
sabe ser humanidade.

Essa sua irmandade
poucos 'humanos' a sentem.
somos longe e tão perto:
a multidão e o deserto
habitam dentro da gente.

E o amigo inocente
vive no meio das feras
com suas puras quimeras
e o seu sorriso pertinente.

Um homem muito cândido,
um escândalo sua riqueza,
concentrada na pureza,
mas Ele não sabe o quanto.
  João Lover (2002)


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Em 17/10/2012, jogo: Santos e Atlético Mineiro: mais um GOL de gênio

O Rei do futebol é Pelé; o Príncipe do futebol é Zico; Neymar eu digo que é o novo Rei do Futebol, naturalmente, sem superar o supremo e eterno Rei Pelé.

Notamos quatro fatores presentes nos grandes gênios do futebol: inteligência, velocidade, habilidade, reflexos mais do que apurados. Basta observar algumas imagens, e percebe-se que esses referidos possuem esses atributos em generosa quantidade.

Quero provocar outro gênio, Ronaldinho Gaúcho, para que dispute com Neymar esse título de novo Rei do Futebol. A felicidade do Povo brasileiro, Ronaldinho, é vê-lo novamente inspirado (parece que Você está voltando a ficar). Neymar, esse já vive inspirado por natureza.

Vamos lembrar o GOL, na Vila Belmiro, no dia 17/10/2012: Na intermediária, do campo do adversário, Neymar, com o marcador às costas, dribla-o colocando a bola entre as pernas dele. Chega um segundo marcador, Neymar dá um corte para a esquerda, o adversário passa lotado de carrinho e se choca contra o outro que levou o drible entre as pernas. Neymar dá um tapa na bola e avança. Na entrada da grande área (perto do bico do lado esquerdo do ataque), dá um corte para a direita, balança o corpo à frente do zagueiro e mete a bola, de pé direito, no canto direito da meta: é golaço.

Já vi muitos atacantes: Reinaldo (do Atlético Mineiro), Careca, Dener, Romário, Ronaldo Fenômeno. Neymar, pelo que já fez e pelo modo como fez, supera todos esses. Ele ainda vai atingir o ápice do seu futebol. E quando atingir, todos verão que estou certo. Saudemos nosso Rei Neymar.
   João Lover 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A planta, o orvalho e a vida

A vida não é o que imaginamos.
A vida é simplesmente a vida...
A vida é o que sentimos.

Sentimos o que é a vida?...

O verde brilhante da folha molhada:
esperança em Luz cheia de vida.

Uma chuva... orvalho escorre lindo,
lembra lágrimas de um menino
na pureza de um sentimento,
amolecendo corações que, em tempo,
podem agir para vê-lo sorrindo.

Verde, vida, semente, flor, fruto...
um exemplo vivo e absoluto
uma planta, a todo instante, realiza:
faz o bem, resoluta em seu reduto,
mesmo a uma 'humanidade' nociva.

   João Lover (2002)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dica da Língua Portuguesa nº 10: Verbo OBEDECER


Manchete do site MSN (aquele quando a gente sai do Hotmail), contida no link Giro das Famosidades. Vejamos: Justiça obriga Paula Fernandes a obedecer gravadora de Leonardo.

Alguns detalhes técnicos: 1. sujeito: Justiça; 2. no predicado, primeiro vem a regência do verbo obrigar, cujo objeto direto é Paula Fernandes, e temos uma oração substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo, que funciona como objeto indireto do verbo obrigar, iniciada pelo verbo obedecer antecedido da proposição a exigida pelo verbo obrigar (observe: a obedecer gravadora de Leonardo).

Verifica-se que há erro de regência, pois o verbo obedecer é transitivo indireto e rege a preposição a. Então, a manchete gramaticalmente correta seria: Justiça obriga Paula Fernandes a obedecer à gravadora de Leonardo. Nota-se que aparece o acento grave indicador da crase. Existe a contração entre a preposição "a" exigida pelo verbo obedecer e o artigo "a" admitido pela palavra gravadora.

domingo, 23 de setembro de 2012

Floresta selvagem

Vejo esse jeito que tens
e penso em mais de cem
coisas para fazer:
uma vontade de morder,
outra de abraçar...

Por dentro, um gritar
como se fosse infinito,
um querer destemido,
e se passa a sonhar.

Imagina-se a lua
na floresta selvagem,
e Você toda nua,
a mais bela imagem.

Teu olhar uma flecha,
a volúpia e o fogo,
apetite de lobo
na carne em festa.

Teu quê de enigmático
exerce um poder,
cria mais um lunático
pra sentir teu prazer.
  João Lover (23/9/2012)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ponto de fuga

Depois que o tempo passa,
aquilo perde a graça
como "a mesma praça,
o mesmo banco, 
as mesmas flores,
o mesmo jardim",
levando o encanto.
Os fatores, enfim,
traduzem as mudanças;
solta-se o elo, as alianças.

E o imaginário
não é mais do relicário:
apenas, uma lembrança.

Perde-se o jeito 
e também o sentido,
no peito, o gás comprimido
some agora desfeito...

Um irônico sorriso
faz no silêncio seu guiso,
no caminho da liberdade,
sem pensar em disputa,
e ocorre a fuga
do que não é verdade.
  João Lover (19/09/12)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Escrever e Língua Portuguesa


Aproveitando algumas colocações dos amigos Antônio Saracura (Escritor sergipano) e Valter Ferreira (Palmarense, Prof. de História), vou fazer alguns comentários sobre essa coisa de escrever.

Vem a pergunta: qual a essência do escrito? Tudo começa de uma ideia. “De onde ela vem”? Eclode conduzida pelo “poder da criação”. Existe o canal, a forma e o conteúdo: três coisas inseparáveis para que o pensamento se concretize fisicamente e possa chegar ao público, e, então, ocorre a multiplicidade, e nós, autores, não somos mais donos da obra. Para escrever, não há segredo nem fórmula: tudo vem do conhecimento e da mente do homem (quanto mais conhecimento e mais inteligência, maior a possibilidade de uma mensagem “eficaz”).

O cerne do texto não é a correção gramatical. O importante é aquilo que o escrito diz. E não se deve esquecer de que existe o código, a mensagem, o emissor e o receptor. Quem trabalha com as letras deve-se preocupar com a perfeição e com o detalhe (fatores da Arte). Como diria Fernando Sabino: “Não há nada mais aliviante do que já ter escrito.”

Vejamos: código, canal, mensagem, emissor, receptor, forma e conteúdo. Partindo do entendimento de que o escritor não escreve só para ele mesmo, esse artífice passa a ser uma referência, por isso é fundamental não “errar”, gramaticalmente falando, porque alguém se vai guiar pelo escritor. Nesse caso, até a ortografia é importante. No entanto, a grande questão do escrever se chama coerência: diz respeito à lógica de sentido do texto. Vou citar uma pequena questão regencial: “Amigo, ela arrasou contido”. Veja, se ela arrasou o amigo, deve ser dito de outra maneira: “Amigo, ela te arrasou.”; ou “Amigo, ela arrasou você.” Se dissermos arrasou “contigo” ou “com você”, tecnicamente, estamos dizendo que fizeram o arraso juntos.

Se alguém está tecnicamente preparado em relação à Língua Portuguesa, vai refletir uma melhor mensagem e um aperfeiçoamento da forma em alguns sentidos, há, então, a possibilidade de bons conteúdos.

Existem ainda duas coisas fundamentais: o escritor ser pronto, saber o que escreve; a outra é o leitor está preparado para conhecer o escrito em "toda" sua possibilidade. Nisso tudo, não podemos esquecer que o importante é fazer. Sucesso, apenas uma consequência. A criação, inexplicável. A perfeição, a infinita busca. O que era desconhecido pode ser um encanto inesquecível provocado pelo que você foi capaz de dizer.

sábado, 8 de setembro de 2012

A saia e a moça

O balançado da saia,
essa passada, menina,
é algo que nos atrapalha
e também nos alucina!

Se não encontro a rima,
tô maluco e perdido,
um poeta em perigo,
o castigo me anima.

Ao entrar nesse clima,
a agonia se agita,
uma vontade palpita,
simplesmente domina.

Monumento pra artista
(talvez um Renascentista),
todo olhar se arrisca
nessas formas perfeitas.

Curvas sem ser estreitas,
recheios dentro da saia,
quase que se desmaia,
apenas ver não se aceita.

Beleza sem a receita,
não há como descrever,
e causa tanto prazer
na hora que se espreita.

Afrodite em carne e osso,
sai quebrando os pescoços
dos homens pela cidade,
poderosa essa beldade.
 
Inútil é ser pudico.
Será mentira ou verdade
dizer que a felicidade
vai perdida aí contigo?...
   João Lover (2002)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Iniesta: craque de bola pra ninguém botar defeito

Iniesta. Esse rapaz não é só o melhor jogador europeu eleito na atualidade, Ele é um iluminado. Há muito tempo, já deveria ter sido eleito o melhor do mundo. Juntamente com Xavi, forma  a maior dupla de meio-campo dos últimos tempos e uma das maiores da história do futebol. Jogam simplesmente no melhor time de todos os tempos: o Barcelona.

Iniesta representa toda a dinâmica necessária para o espetáculo do futebol que gera grandes conquistas: habilidade, proteção da bola, passes e lançamentos precisos, ocupar os espaços certos, apresentar-se pra  receber a bola no espaço vazio, marcação, disposição em busca da recuperação da bola, inteligência, gols decisivos. Iniesta é um verdadeiro gênio da bola. E como todos os Sábios, age com simplicidade.

Ele também é um predestinado: vamos lembrar o gol na final da Copa do Mundo de Futebol de 2010, o gol foi de Iniesta, no segundo tempo da prorrogação, depois de um passe de Cesc Fàbregas, outro craque. Mais do que a graça daquele tento e daquela conquista, Andreas Iniesta estava determinado, determinado como o fez: tirou a camisa após o gol, e lá estava, numa camiseta branca, o nome do amigo falecido, o que traduz memória, respeito, coração, qualidades de um talentoso homem. A Holanda até poderia ter vencido o jogo, mas era o dia de Iniesta.

Hoje, sorri, Iniesta, que rima com festa, festa linda do futebol, por mais um título (Melhor Jogador Europeu, 2012), que é ainda muito pouco, por todo prêmio e prazer que nos ofereces em virtude do teu Futebol.
João Lover

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Solução


Em cada sonho, uma esperança,
em cada dor, uma lição
o que fica na lembrança
é o que vai ao coração.

E a paz é canção
do que vive pelo sentimento,
e a vida é o momento,
que pode ser uma ilusão.

Será tarde algum dia,
o agora já se foi,
em todo risco se expôs
o que quis a utopia.

E fica sem sentido
toda coisa sem amor,
e falso é o clamor
sem ação a conduzi-lo.

Vale toda emoção,
a força é um sorriso...
no criador, o improviso,
em nós, a solução.
   João Lover (22/08/2012, 6:30h)

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai e Filho


 (O) ser Pai, (o) ser Filho.
Um ser Pai, um ser Filho.
Seja substantivo ou verbo, seja definido ou indefinido,
são termos, coisas, instrumentos, fatores, seres correlatos:
para existir o filho, conforme as prescrições da natureza, tem de haver pai. Para existir o pai, tem de surgir o filho.


A perfeita liga de sangue e afeto,
algum tempo no mesmo teto,
e o sentimento de toda vida,
um sonhar sem medida,
um agir pra tudo certo.

Assim Ele quer o Filho perto,
e há o imenso deserto
numa angústia pela distância.

E o olhar, em rutilância,
se esse filho sorrir:
contemplação a invadir,
na infinita emoção,
todo prazer no coração,
o melhor dos paraísos,
o abraço mais querido,
e a Paz é a canção.
   João Lover (12/08/12)


Feliz Dia dos Pais!



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O cheiro do amor

Decerto, o melhor perfume
é exalado da morena
na mais linda cena
de amor que se acostume...

Um tubarão no cardume,
uma coisa obscena,
fantasias não-amenas
e todo nosso curtume...

Ofega falsos queixumes
a pantera insaciável
no oceano do volume
do êxtase imensurável...
   João Lover (2002)

terça-feira, 31 de julho de 2012

A força maior

O Universo cabe dentro
de uma coisa que se sente
e se expande intensamente,
comprimida no coração...

Infinita ardente explosão,
fremente quão silenciosa,
a mais ávida e ansiosa
busca encontrada-perdida...

Na firme ilusão pretendida,
com seu escapulário...
em vibração enlouquecida,
o coração é um campanário.

Põe-se em alarme a vida,
um risco necessário,
um incerto corolário,
a perdição a salvar.

E livre o sentido há,
concentrado num sentimento
eterna Paz de um momento:
nossa audácia de amar.
  João Lover (2002)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Produção da Paz (Poema para o Dia do Amigo)

Tudo tem de ser agora,
se talvez não haja hora
pra que se faça depois.


Um abraço entre nós dois
fazer parte da História,
sem receio nem vanglória,
uma amizade se propôs.


E não se precisa falar...
em cada ação, em cada olhar,
estão a certeza e a Luz;
e a vida já se conduz
com uma força infalível,
surge alegria impossível,
eterna Paz se produz.
   João Lover



Para todos os meus amigos,
dedico este poema!!!

A lua cheia

Defronte à lua, na esquina da Estácio Coimbra, Palmares;
a lua cheia, a Praça Ismael Gouveia,
lá estou eu, cedo da noite,
lua para pernoite de amor na beira do mar.


Penso no vento que balança os cabelos, na fogueira,
penso nos mistérios, na estória do lobisomem,
nos hemisférios, no clima excitante dessa fase lunar...
A lua cheia é o luar, e a mulher nua, "mundo da lua".


A mente viaja em paisagens coloridas,
caleidoscopiadas nas emoções do prazer
a convergir indelevelmente poesia,
inferindo-se num sorriso ao lembrar teu olhar.
   João Lover (1997)

sábado, 14 de julho de 2012

A Força da Poesia

Toda dor pode ser suportada,
toda fraqueza pode ser forte.
uma força de dentro emanada
vai pelo tempo: louca jornada,
representa a vida e a morte.


A Poesia segue salvando,
destilando riso e tristeza
numa lancinante incerteza
de quem ora vive sangrando.


O coração rasgado... aberto,
livre com seu sentimento;
na Paz desse seu deserto,
dorme a sede e um momento.


De lágrimas e de sangue
vai-se enchendo um mar:
cachoeiras e avalanches
sempre vertem do olhar...


Há um Sol e uma Noite
ressurgindo dia a dia...
e o pensamento em açoite
sonha impossível Utopia...
  João Lover (2002)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Grandeza II

Quando penso em amar,
só quero te querer,
é real... sei que não há
melhor sonho pra viver.


E já posso acreditar:
não há por que sofrer
nem rancores pra matar,
nem ter medo de morrer.


Esqueço o que foi perdido,
sinto as cores, o cintilo
das flores da primavera.


E, no teu abraço, envolvido,
o nosso amor: o sentido
e onde tudo se encerra.
   João Lover (2002).






sábado, 30 de junho de 2012

Dica da Língua Portuguesa nº 9: Manchete do MSN, ambiguidade, com o verbo PEDIR


Manchete: “Pelé pede apoio do Brasil ao Corinthians.”

Observou a ambiguidade?

No dia 27 de junho de 2012, dia do jogo Boca Juniors x Corinthians (em La Bombonera, ARG.), no Portal MSN, havia esta manchete: “Pelé pede apoio do Brasil ao Corinthians.” Nesse caso, parece que o apoio está sendo pedido ao Corinthians, é o que tecnicamente acontece (ambiguidade).

Entra em destaque a regência do verbo PEDIR, que pode ser transitivo direto e indireto, seria o caso. Esse verbo, para o seu complemento indireto, rege a preposição “a” ou “para”. Vejamos os exemplos: Ela pediu ao amigo que trouxesse o caderno; Ela pediu para ele que trouxesse o caderno. Apesar de esse segundo exemplo ser admissível pela Gramática, indico que se use a preposição “a”, ou seja, pede-se algo a alguém.

As questões regenciais são importantíssimas na Língua Portuguesa. Então, como ficaria a referida manchete, sem ambiguidade?:

Pelé pede ao Brasil apoio ao Corinthians. E outro site, jornal, revista... pode fazer diferente, ainda melhor: Pelé pede que o Brasil apoie o Corinthians.


terça-feira, 26 de junho de 2012

Gilberto Gil: o Poeta e maior Filósofo da MPB

26 de junho de 2012, Gilberto Passos Gil Moreira faz 70 anos. O que dizer nesse momento? Data em que a Inspiração Divina fez surgir para o mundo essa Figura das mais significativas da música mundial: o músico, cantor, compositor, poeta, filósofo... Gilberto Gil.

Gil. Hoje, é um dia pra falar de amor... Amor com o “Realce de uma limpeza total, num furacão de prazer” (G. Gil), buscado da sua voz. “O melhor lugar do mundo é aqui e agora” (G. Gil). Sigo a sua “linha” de pensamento, Gil, como, no “linho” branco, busca-se tecer um lindo bordado de Poesia. Pra dizer sobre o amor sem saber, mostro como Você diz: “Pela lente do amor vejo tudo crescer, vejo a vida mil vezes melhor, a Paz invade o meu coração, esqueço a data e perco a conta, sonho ter as mãos vazias, ter a alma e o corpo nus, acredito que o verdadeiro amor é vão e estende-se infinito, imenso monolito, nossa arquitetura.

Esse amor é tudo que move: agora fora de perigo, agora dentro de instantes, depois de tudo o que eu digo, muito embora, muito antes, quando ser leve ou pesado deixa de fazer sentido, aqui de onde o olho mira, agora que o ouvido escuta o tempo que a voz não fala, mas que o coração tributa. Esse amor nunca vai morrer porque é como um grão, morre e nasce trigo, vive e morre pão.” (Gilberto Gil).

Aqui e agora, Feliz Aniversário! Mestre Gil, cidadão transcendental do Universo – Estrela Quântica...
   João Lover

domingo, 17 de junho de 2012

Donna...

Dimensão demasiada de Deusa!
Divindade de distintos dons;
diamante, Dama, domínio,
distância... desfila distraída...


D'olhar disputado, desencadeando,
detonando desenfreados desejos...
Denota dotes demais.
Despreocupadamente destemido,


dignifico, designo, dando desfecho
desprendido, devoto
duma deveras deliciante data:


Dia de Donna... demonstração
desmedida de Deus,
destinando-nos Donna de dádiva!...
   João Lover (2002)

sábado, 9 de junho de 2012

Aconchego

Nosso fremente aconchego
possui o frenesi mais louco.
Esse gostoso chamego
faz o tempo ser tão pouco.


Desse modo me levando
ao mais profundo prazer,
esquecido a me perder,
parece que estou sonhando.


Isso é o melhor da vida,
nossa ação mais atrevida,
a volúpia e o equilíbrio.


O infinito traspassamos
em lucidez e delírio,
todo risco: nos amamos...
   João Lover (2002)

domingo, 3 de junho de 2012

Dica da Língua Portuguesa nº 8: Música “Muito Romântico”


Composição de Caetano Veloso,
gravada por Roberto Carlos em 1977.

Vejamos a estrofe:

"Mas acontece que eu não posso me deixar
levar por um papo que já não deu
acho que nada restou pra guardar ou lembrar
do muito ou pouco que houve entre você e eu."

Estaria gramaticalmente correto dizer entre você e eu?

Ou o correto seria dizer entre você e mim?

A preposição entre exige pronome oblíquo tônico. Então, de acordo com a norma padrão, devemos dizer:

Está tudo certo entre você e mim.

Outras frases: O caso é entre mim e ti.; Há um atrito entre mim e você.

Rima... Ao artista é permitido produzir variantes no sistema por conta da arte; mas, no concurso e na linguagem formal, pede-se a norma culta, ou seja, a norma gramatical.

E, como diria Adoniran Barbosa: “É preciso saber o certo para fazer o ‘errado’.”
  

sábado, 26 de maio de 2012

O olhar impossível...

Absorvi teu olhar...

Feito néctar de beija-flor
e de abelha que faz o mel
que nem os lábios do teu amor.

Atingindo por dentro, rasgando,
comendo a carne vibrante, agitada,
incitantemente atacada
(escorrendo sangue fervendo),
delicioso ferimento,
eclosão de amor e desejo;
para onde olho te vejo
e me cego nesse brilho,
cego por entre tiros,
é delirante o lampejo.

O grande maior segredo
impossível, inexistente,
um estro sempre crescente
que surge de manhã cedo.
   João Lover (1998)

domingo, 20 de maio de 2012

Faces da Internet e das tecnologias

Estava conversando com Jean Marcel, e Ele me falou em manipulação de massa... Vem a pergunta: a Internet estaria manipulando a massa humana ou a massa estaria movimentando e fazendo as coisas acontecerem por meio da Internet?
               
Observa-se, ainda, que o veículo de comunicação mais poderoso é a televisão, mas, num futuro, não muito distante, perderá esse posto...

Todos nós sabemos que a informação é o fator mais relevante nessa expansão da informática: comunicações eletrônicas, Internet (mundo virtual). Essa coisa toda acessível a todos, isso é uma maravilha. No entanto, existe outro lado: poderosos arquivos se formam e contêm informações sobre bilhões de pessoas; passamos também a nos comunicar com um número acentuado de estranhos... E, em muitas ocasiões, não se pode confiar nem naqueles que podemos tocar! Isso não é o pior! Vejamos a seguir.

Terrivelmente, a Internet e as tecnologias eletrônicas estão alienando as cabeças. Vou somente exemplificar:

1. Hoje, horas e horas são passadas diante de um computador, notebook, tablet, celular, iphoneipad, etc. em conversas; enviam-se mensagens, fotos, vídeos, etc., com impressionante velocidade. Quanto isso toma do nosso tempo em detrimento do mundo concreto (em que se pode sentir o calor abstrato do sentimento)? Mensagens bonitas são interessantes, conversas, fotos, sorrisos... E as ações? Como realmente podemos sentir, perceber o outro se ele não está perto? Tudo eletrônico (está numa máquina). E o olho no olho?

2. Agora, coloca-se, por exemplo, 1000 músicas em um pen drive, mas não dá tempo pra escutar. E prestar atenção na letra? Não possuímos tempo de absorver esse mar de coisas, que também elevam e muito o mercado consumista. A música é só um exemplo: quantos jovens se concentram, nos dias atuais, para escutar realmente uma música?

3. Os estudantes e outros pesquisadores estão desaprendendo a escrita (a venda de canetas deve ter diminuído bastante). O mais grave: a preguiça de pensar, acredito que a grande maioria sofre disso. Como o pesquisador vai-se preocupar em ler o texto, em se apropriar daquele conteúdo (aumentando o conhecimento) se o GOOGLE dará tudo pronto a qualquer momento???

Não vou concluir, apenas lembrar: deve-se acompanhar a evolução sem ser escravo nem alienado pela tecnologia. É preciso usar essas ferramentas com inteligência, para não sermos, de certo modo, manipulados. Necessário, antes de tudo, viver e aproveitar o dia (carpe diem). Será que estamos aproveitando?

domingo, 13 de maio de 2012

Todos os dias, Mamãe


A vida eclode sob o manto sagrado da proteção, que concentra o esplendor da ternura; e os primeiros momentos, a partir do risco de estar neste mundo, são monitorados e investidos de ações sublimes movidas pelo ‘sentimento maior’. Esse sentimento e essa segurança, na verdade, são eternos.

A Mãe é o abrigo, a Paz e a liberdade. É quem ensina a luta incansável e nos fortalece pra vida. O carinho da Mãe é incondicional, instintivo, consciente, real: a mais doce ilusão que precisamos sentir.

Em todos os dias, Ela é tudo: o melhor deste mundo tão cruel e difícil, a única certeza que se sente num abraço, o laço da emoção infinita, a maravilhosa vista impossível do Amor. Esse Amor que, a todo momento, buscamos sentir. Mãe, símbolo do mais puro, instrumento de Deus pra que não haja vazio. Todos os dias, que tudo seja o teu sonho, Mamãe! Supremo é o teu fazer. Sou feliz porque queres um sorriso pra mim.

Feliz Dia das Mães (todos os dias)!

João Lover

terça-feira, 8 de maio de 2012

Vivência poética

Eu faço versos porque sinto...
Às vezes minto, e sempre penso
uma mensagem e o momento
para um alento bem-vindo.


E nesses versos me seguro
como se estivesse, num muro,
atravessando um grande abismo
entre a dor e o sorriso,
não podendo fugir de nenhum;
as emoções são o número um,
fazem-me ver que inda vivo.


Versos mais que precisos,
preciso em formas e jeitos,
libertos dos preconceitos,
sendo eficazes e atrevidos.


Perdido nesse dilema,
vou pagando essa pena
com minha Paz introspecta,
que o meu ser sedimenta:
minha vivência poética.
  João Lover (2002)

sábado, 28 de abril de 2012

A Menina do Sertão

Macambira, xiquexique, catolé,
incerteza embaixo do pé,
vegetais de grande valor,
amenizadores da fome-dor
no Sertão faminto,
e, nos meninos, eu sinto,
não há prazer no calor.


O solo talhado, secado,
barriga vazia no tempo,
nada que ter cuidado,
no olhar pro céu, o lamento.


Destinação de um povo
sem onde pedir socorro,
um castigo sem volta,
uma guilhotina que corta.
uma peste de cachorro.


Sertanejo diz eu não corro,
no seu sofrer sedentário,
um sentimento contrário
sob as marcas desse jogo.


E, aquele olhar manso
não marca nenhum descanso,
é desconsolo e miséria.
Se a seca tira umas férias,
pode servir de acalanto...


Lamentável é o pranto,
e ninguém dá um jeito,
governos, políticos eleitos
posam solenes na mídia,
tentando esconder perfídias
que fazem pela nação.
Há projetos sem solução
e doação de comida,
dentro de nós uma intriga,
somente ilusão pro Sertão.
  João Lover (1998)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Soneto de criança

O garoto e a princesa.
Uma certeza que invade...
quando vem uma saudade
revendo lindas lembranças.


Volta o tempo e me alcança,
até minha idade esqueço,
teu sorriso é o endereço,
eu ainda era criança.


Foi tão bom, eu não sabia...
Já pensou como seria
novamente nosso passado.


Novo tempo e um destino
fazem feliz um menino
que vai morrer apaixonado.
  João Lover (2002)

domingo, 15 de abril de 2012

Dica da Língua Portuguesa nº 7: A cerveja que desce redondo


“A cerveja que desce redondo.”

Ou seria "A cerveja que desce redonda"?

Redondo, inicialmente, classificamos como ADJETIVO, que, segundo os parâmetros gramaticais, deve trazer um atributo ou qualificação a um SUBSTANTIVO. No caso em evidência, temos derivação imprópria: uma palavra muda de classe gramatical por conta da relação. Então, na frase A cerveja que desce redondo, a palavra REDONDO se relaciona com o verbo DESCER, em sua forma DESCE, portanto é um advérbio e tem o valor de redondamente. A CERVEJA QUE DESCE REDONDO é uma frase gramaticalmente correta.