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sábado, 24 de setembro de 2011

Novela, mania de brasileiro: “Um cordel encantado”

Esta novela das seis: Cordel encantado, que prendeu a atenção dos brasileiros, apresentou um enredo escrito com rara inteligência. Constituiu-se numa trama temperada com ingredientes de várias histórias da ficção e outras. Para quem conhece ou não conhece um pouco de literatura e de história, podemos lembrar: A gata borralheira (Cinderela); Lampião; O homem da máscara de ferro; São Francisco e Santa Clara; Antônio Conselheiro e Canudos; A bela adormecida; O conde de Monte Cristo; O bem amado; Grande sertão: veredas; e outras que, por acaso, não percebi.

Um cenário de reis, príncipes, rainhas, princesas, plebeus, sertanejos, heróis, mocinhas, rapazes, senhores, senhoras, coadjuvantes, políticos, delegados, repórteres, soldados, padres, vilões (bandidos), bruxas, etc. Faltaram os veados e as prostitutas...

Apesar de qualquer sucesso, a conclusão é complicada, ela é o último parâmetro ao resultado. Quase toda novela da televisão brasileira comete seus pecados no encerramento, ou seja, quase sempre os finais de novela não agradam ou são mesmo ruins. Cordel encantado terminou com um lastimável roteiro. Parece até que houve preguiça de pensar. Vamos a alguns pormenores:

1. Timóteo ainda debilitado raptou Açucena, sem arma, sem que Ela desse um grito, um empurrão, sem barulho, conseguiu amarrá-la;

2.  o chute e o empurrão dados por Ela em Timóteo e os gritos já na Igreja poderiam ser executados antes, na casa dela;

3. Timóteo pregou todas as janelas e portas da Igreja (bem lacradas), sem ruído, naquela Vila calma, ninguém escutou (onde ele arrumou os pregos e as tábuas???);

4. o fogo começa na Igreja (que fica afastada) e depois consome, ninguém sabe como, toda a Vila. Até uma cruz, localizada à distância, estava pegando fogo;

5. numa Vila toda com casas de madeira e de pau-a-pique (taipa), ninguém apareceu com um machado, uma picareta, etc., que pudesse quebrar a porta da igreja e entrar (ridículos baldes de água jogados nas paredes da igreja, por fora);

6. O tiro que Zói Furado deu na Duquesa... o Capitão Herculano (Rei do Cangaço, homem de habilidade) o tinha na mira e não atirou, deixou-o escapar... Como Zói Furado conheceu o suposto dono da fazenda que apareceu no final???;

7. Zói Furado foi o último vilão, que poderia dar um tempero, um clímax final... permaneceu em cenas sem sentido e sem graça (ser prefeito??? kkk)...

Não vou falar mais, está ficando cansativo... Lamento! A qualidade da obra é pra se manter até o fim. Isso deve nortear a preocupação do artista. Quando se perde essa preocupação, escapam preciosos detalhes, e a obra perde grande parte do seu brilho.

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